terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Amor e o Compromisso em Serious Moonlight

Imagine a seguinte cena:
Um casal, casado há 15 anos. De repente, ele percebe que algumas coisas na relação não são como eram antes. O documentário da sexta na TV é mais interessante do que ir pra cama e fazer uma leitura com ela, como de costume. O café, que antes era um momento de planejamento diário, agora é apressado e termina com um frio beijo na testa. O pastel com caldo de cana do sábado à tarde na praia, tem se tornado cada vez mais raro. E ele então chega a uma conclusão: eu não a amo mais. Nesse ínterim, ele conhece Josefina, bonita, elegante, e que tem gostos parecidos com o dele. Sem perceber, eles começam uma amizade, e então ele percebe que não apenas não ama mais a sua esposa, mas também está apaixonado por outra pessoa. Essa constatação gera uma reação. Devo me separar, pois não a amo mais, amo outra, e quero ser feliz e fazê-la feliz também, afinal do que adianta ficar com alguém que eu não amo?
Esse é o enredo de novelas, filmes e também da vida real. Nessa visão hollywoodiana, o amor é colocado como um sentimento, e agimos conforme a sua intensidade e a sua duração. Ele é maior que o compromisso que une o casal, maior do que a aliança, ele é o passaporte para a felicidade.
Essa é uma visão de amor egoísta. No relacionamento o que importa é o que eu estou sentindo, a minha felicidade e satisfação, não mais meu comportamento diante do outro e do compromisso que fiz com ele/ela.
Essa é uma visão de amor escravizadora. Agimos de acordo com o que sentimos, isso significa que o sentimento nos controla e não o contrário. Já imaginou como seria o mundo se todos fossem agir de acordo com o que sentem?
Essa é uma visão de amor que produz insegurança. Se eu já deixei de amar uma vez, quem me garante que não vai acontecer o mesmo com a Josefina? E se daqui a 15 anos a história se repetir com ela outra vez?
Mais que um sentimento incontrolável, o amor, bem como os outros sentimentos que temos, devem ser controlados e expressados para a glória de Deus e para servir ao próximo. Nesse sentido, no casamento, o amor deve sempre estar aliado ao compromisso, à escolha que fizemos quando nos casamos. O amor sozinho não sustenta uma relação, pois os nossos sentimentos são instáveis. Amor e compromisso, caminhando juntos e em equilíbrio, debaixo da graça de Deus são os pilares de um casamento eterno.

O Filme Serious Moonlight, no Brasil traduzido como: Armadilhas do Amor, tenta mostrar isso. O casal passa exatamente pelo dilema relatado no caso fictício acima. Loise, a mulher traída, toma atitudes radicais (como por exemplo, prender o marido no banheiro, hihihi) para que Ian perceba que ainda a ama, e que o compromisso que ambos assumiram é maior do que as crises sentimentais. É uma gostosa comédia que vale a pena ser assistida, pensada e discutida.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Solus Christus

"[...] não espere que o casamento faça o que somente Jesus pode fazer. Ideias irreais e distorcidas a respeito do casamento podem resultar em decepção, frustração, raiva e desespero quando o parceiro desapontar e provar que é um santo de barro".

POWLISON, David; YENCHKO, John. Devemos nos casar? In: Coletâneas de Aconselhamento Bíblico - v.1 (1999) - Atibaia: SBPV, 1999. P.155

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Meu último casamento terminou em divórcio. Como eu me preparo para casar novamente? Como posso encorajar meu namorado nesta fé?

 (resposta de uma diaconisa*)

Um bom lugar para começar é a série Peasant Princess, que é baseada no livro de Cantares, para ver como você pode se preparar para ser uma esposa piedosa e auxiliadora no futuro, seja com o seu atual namorado, ou com outra pessoa que Deus tem para você. Sinto muito que seu ex-marido tenha pecado contra você e Deus, ao traí-la. O único modo pelo qual você pode vencer este temor é através de Jesus, permitindo-se perdoar o seu ex, para que você não seja tomada de amargura e medo do futuro. A cura leva tempo, e eu sugiro fortemente que você encontre uma mulher piedosa mais velha em sua igreja, que possa caminhar com você pelo seu relacionamento e vida, enquanto busca a Deus e o que Ele tem planejado para você.

Com o seu namorado, é difícil discernir a linha entre encorajar e perturbar. Entre meu marido e eu, é uma questão de confiar nele, e crer que Deus está cuidando dele – e não eu. Eu não sou o seu Espírito Santo, e mesmo que seja maravilhoso encorajar a oração e a leitura bíblica, isto é algo que ele precisa fazer por conta própria, assim como você. Da mesma forma que espero que você encontre uma mulher piedosa e mais velha, espero que ele encontre um homem mais velho e piedoso para encorajá-lo. Os homens têm uma forma de se animar mutuamente, que as mulheres não são capazes de reproduzir. Veja este exemplo em Tito 2.2-4.

Homens mais velhos devem ser sóbrios, dignos, controlados, sadios na fé, no amor, e na constância. As mulheres mais velhas devem ser reverentes no comportamento, não caluniadoras, nem escravizadas ao vinho. Devem ensinar o que é bom, e assim treinar as mais jovens a amar os seus maridos e filhos.

Um colega tinha este conselho a você, como se estivesse aconselhando sua própria filha:

  • Seja bastante observadora sobre como o seu namorado se comporta perto de outras mulheres. Ele flerta? Os olhos dele ficam vagueando, etc?
  • Observe como ele se comporta diante de sua mãe e irmã. Isto pode falar muito. Ele as ama? Ele as respeita? Ele honra sua mãe?
  • Também, como o pai dele trata a sua esposa? Isto pode ser uma bandeira vermelha, ou uma verde.

Ligado a isto está o currículo de aconselhamento pré-marital que usamos na Mars Hill. Sugiro que você o leia com o seu namorado, mas também encontre casais mais velhos e piedosos (idealmente as mesmas pessoas que os aconselham separadamente) que possam conhecê-los e mentorear ambos.

Também sugerimos os sermões do Pastor Mark sobre casamento para homens e mulheres da série Trial (1Pedro). Eles lhe falarão muito sobre o que Deus planejou para o casamento. A série original de sermões em Provérbios que o Pastor Mark fez há um tempo, sobre o Pacto de Casamento será instrutiva também.

Outro sermão que pode se mostrar bastante iluminador para você seria o sobre o namoro, que foi parte da série Religion Saves. Por favor, veja as notas daquele sermão também.

Finalmente, sugerimos que você leia “What did you expect?”, de Paul Tripp. Fala sobre as expectativas irreais de quase todos os casais logo que casam. Ler este livro pode ajudar você a evitar problemas antes que eles criem raízes. Tripp os chama de ervas daninhas que criam raízes no jardim do casamento.

Publicado no blog da Mars Hill Church [clique aqui para ler o original]


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*A Igreja Mars Hill adota o uso de diaconisas. Mais sobre a sua postura sobre o assunto pode ser lido aqui. Há uma longa discussão sobre a legitimidade de diaconisas, que não é o ponto do artigo - nem do EuCaso.com, e por isso não será discutido.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Seis coisas que os cônjuges deveriam aprender de Efésios 5

por Bob Lepine, palestrando na Conferência Nacional do CCEF

1. Eles estão mortos para o mundo e vivos em Cristo.

2. É crucial guardar a pureza sexual no casamento.

3. Guardem-se contra a cobiça (buscar a satisfação que o casamento deve promover, em coisas fora do casamento).

4. Mensagens sexuais do mundo são vazias.

5. Mortifiquem a carne, não tentem "gerenciá-la".

6. Os cristãos nunca deveriam se envergonhar de ter uma conversa sexual saudável no casamento.

Originalmente publicado no blog do CCEF [clique aqui para ler]