quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tudo começa com Quem começou tudo

Em um blog sobre relacionamentos e assuntos do tipo, pode ser fácil desviar o foco de Quem realmente importa. Se você está se perguntando Quem realmente importa, veja o "Q" maiúsculo e conclua: Deus.
A origem dos relacionamentos está na aliança, e por isso os compromissos entre os homens brotam, em última análise, de uma estrutura relacional formada por Deus.

Por uma antropologia bíblica

Pense no homem, por um minuto (embora isso não seja difícil). Quem somos, e como somos? A nossa identidade é dada por Deus, os nossos atos estão de acordo ou contra a Sua vontade revelada, nosso coração está em paz ou em rebelião contra o Senhor. Para usar termos bíblicos: "Nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (At.17.28).
O que isso significa? Em simples linhas: que somos seres Teo-referentes (vou deixar a escrita na nova ortografia para a minha noiva).
Por sermos assim, a nossa existência é relativa a Deus. Existimos para Ele. Vivemos tendo-O como referência - quer reconheçamos isso, quer não.
Ilustrando de outro modo: você pode chegar em um país e viver ignorando as leis daquele lugar, mas ainda estará quebrando tais leis, pois não é o fato de você ignorá-las (deliberadamente ou não) que vai torná-las não aplicáveis a você. As leis de um país são maiores do que os cidadãos, no sentido de que, ignorando ou não, a sua conduta será observada tendo tais leis como referência.
Agora imagine o Legislador eterno - Aquele que criou até mesmo a lei da gravidade. Não é por alguém ignorá-Lo ou não crer Nele, que Sua existência e mandamentos perderão validade. Mesmo os ateus são Teo-referentes.


Relacionamentos relativos

Se os homens têm sua identidade definida por sua relação com Deus, tudo o mais que eles fazem também entra no jogo. Quem somos e como somos, é pensado em nosso ponto de referência último - O Criador de todas as coisas. Por isso, do simples acordar, ao mais complexo ato de fazer a declaração do Imposto de Renda, nossas posturas e ações estão relacionadas a Deus, de modo positivo ou negativo.
Se tudo significa "todas as coisas" - como é o caso aqui -, então os relacionamentos não ficam de fora. Seja um namoro, um noivado, ou um casamento - para ilustrar os relacionamentos entre homem e mulher -, Deus é o ponto de referência pelo qual a relação será observada. "Como somos diante de Deus?" deveria ser a pergunta de todo casal.
Perceba as implicações disso: Quem eu sou é definido em relação a Deus, com quem eu estou possui um significado a partir da visão de Deus, e como eu estou com tal pessoa precisa ser avaliado à luz da perspectiva de Deus. Outros pontos podem ser pensados, mas esses três ajudam a promover a compreensão do ponto.

O conforto Teo-referente

Há uma tentação aqui. Falar que tudo deve ser observado e avaliado em relação a Deus, pode ser mal compreendido, e utilizado para promover um moralismo perigoso. Na verdade, o moralismo é o desvio da Teo-referência, para a adoração das obras. Assim, alguém pode passar a julgar todos os relacionamentos como "não Teo-referentes" porque não se adequam ao padrão moral estipulado por tal crítico, ou por um grupo de críticos.
Mas ter um relacionamento Teo-referente é receber o conforto de que, mesmo quando um pecado for cometido, o centro do relacionamento não é o meu pecado, mas Deus e Sua graça. A perspectiva de relacionamentos centrados em Deus traz força e coragem para aqueles que lutam contra dificuldades e pecados que tentam desviar os seus olhos do "Deus conosco". Relacionar-se Teo-referentemente é, em última análise, saber que Deus é quem sustenta o casal (e o casamento).
Existe esperança para o seu namoro. Existe força para o seu noivado. Existe graça para o seu casamento. Compreenda a dimensão Teo-referente, e alegre-se em Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário